Dia Mundial contra a Aids!

" A gente acha que o amor imuniza"

Trecho da entrevista de Maria Aparecida Lemos, de 54 anos, infectada com o vírus HIV pelo marido. Documentário: Positivas!

Devemos rever nossos conceitos, que a confiança em um relacionamento estável, ou em um casamento de 30 anos, como acontece com muitas das entrevistadas, não nos leva a ter uma imunidade sobre o HIV.

Frágeis, nos tornamos alvos mais fáceis.

Vítimas? Acredito que sim, de uma sociedade que nos ensina que a segurança consiste em ter um casamento pra ser decente.

Mas depois de infectada, pelo próprio marido, ainda as mulheres são olhadas como indecentes, mesmo tendo sido a vida toda fiel e somente ter buscado ser feliz.

Permanecemos errando. Fatalmente, depois de 30 anos de casada, eu, você e outras, estaremos dormindo confiantes, com o marido dos sonhos e com um vírus adormecido no meu sistema imunológico.

Pesadelo, não?

Este pesadelo eu já vi de perto. Despeço-me.

Dani Xavier

Um pouco de Proust.

" Há uma coisa ainda mais difícil do que seguir um regime; é não o impor aos outros."

Marcel Proust

Sensações.

Sensações.

Elas nos levam a lugares únicos.

Seja bom o que se sente. Seja ruim.

É um momento onde ninguém mais chega. Talvez nem você volte por lá.

Tem horas, que é taquicardia.

Tem horas, que é suar frio.

Tem horas, que é um soco no estômago.

Tem horas, que é euforia.

Todas as definições, podem sim, ser de tristezas ou alegrias.

Sensações.

Transformam a vida.

Despeço-me.

É...as férias realmente acabaram!

Pois é,

As férias de uma Daniela enlouquecida acabaram.

É tão bom tirar férias de uma pessoa sistemática, que cumpre prazos, que vive com tantas responsabilidades

Que corre, corre, corre.

Tem férias que são sonhos, nos consomem, nos deixam esquecer de como é a realidade.

E na verdade, por mais bonito que seja o enfeite, divertido, a gente não pode parar de perceber que ele é um retrato cruel da realidade.

Já pensou?

Despeço-me...

Bem Alice...

Tem dias que eu tô tão..tão "Alice"...

Uma vontade de gritar, saltar sem pára-quedas, mergulhar o mais fundo, rodar pelo mundo com uma mochila nas costas, rir de noite sentada numa calçada ou numa sacada...

Vontade enlouquecida de largar o emprego, cortar o cabelo, casar ou separar de vez!

Um pedacinho de mim, inquieto que quer mesmo é ser livre.

Livre da dor, da culpa (pelo que é normal aos outros, mas pra mim é um bicho de sete cabeças), dos laços, das coisas materiais, da roupa, do celular...

De abrir o peito e sair de frente pra tudo..completamente de aço..querendo ver o quão, de verdade, eu sou foda.

Me preocupando apenas em transpor os muros que primeiro, eu vou devagarinho bisbilhotar...

Só pra ver se vale a pena o que tem do outro lado.

E se tudo parecer falso, e não valer a pena, começar de novo.

Sabendo que sou livre pra fazer isso, quantas vezes eu quiser.

Despeço-me...

Pra onde você vai?

Cabe à nos decidirmos qual caminho ir....

O importante é que ele seja colorido, que nos dê a chance de ir, vir, retornar, que ele seja exótico e comportado.

Seja aboroso e não nos deixe esquecer que a parte amarga existe para ser superada e nos fazer pessoas melhores.

Quando a gente sabe pra onde vai ou pelo menos tem noção de que quer se deixar levar, sem medos, sem culpas, a vida parece que fica mais grandiosa. Com mais fé...

Sim, porque quando a gente perde a fé em tudo, somente um caminho colorido pra nos mostrar o que é importante.

Mesmo que o preto e branco seja de uma fotografia incrível...a cor é necessária.

Por isso, quero descobrir meu caminho, cada dia mais.

Porém, já sei que existe um caminho pelo qual não desejo mais ir. Aquele que traz a dor...

E que me faz sentir fraca e impotente.

Hoje quem vai decidir a cor do meu mundo sou eu, porque sou eu quem vai ter que conviver com ela. E também que eu decido quando mudar esta cor e colorir tudo de novo.

Despeço-me

De onde realmente vem a luz?

Às vezes a gente só quer uma luz no fim do túnel, por mais que a luz seja apenas 10% do que realmente vai iluminar
E que todo o resto, no caso os 90%, são iluminados pela gente..por nossa mente..nossos redirecionamentos.
Por mais que existam luzes, parece que estamos sempre cegos.
Sempre ausentes.
Querendo tudo aquilo que é do outro, que tem mais cor, mais brilho.
E quando a gente consegue, passa a ser comum, indiferente, descontente.
Somos pessoas muito difíceis e perdidas
Perdidas em nossa solidão
Em nossas causas sem causa
Até que nos aquietamos em nosso canto
Sem luz ou cegos
Sem conseguir ver o que está de bom adiante
E, enfim, permanecer na busca de nossa estrada
Despeço-me....

Não espere eu ir embora pra perceber...

Muito ultimamente só ando percebendo as coisas que estão fora do lugar e não vejo como consertá-las.

E ando aprendendo a conviver com a ideia que não consigo mesmo, mesmo conviver com elas.

Vejo bem como se fosse uma terrível coincidência desastrosa elas estarem na minha vida e não serem parte da minha vida. Percebi que não sofro mais. Não tanto quanto "Aquela última decepção, que foi de longe a mais cruel".

Parece que a mulher de aço não descansa. Sempre alerta pra não sofrer. Sempre esperando o pior pra cair e levantar e saber que é minha culpa esta projeção.

Me torna fraca, eu idealizei, eu construí. A realidade destrói. E mesmo assim a rotina faz com que eu adore este atropelo, esta crueldade.

"Não espere eu ir embora pra perceber". Porque a gente não consegue retornar duas vezes na vida pra aquilo que a gente acreditar querer...

A vida não tem o terceiro bis, porque dois é de longe muita, muita sorte.
Despeço-me.

Eu que sonhava em mudar o mundo...

E nem tão bem me dei por gente, eu sonhava em mudar o mundo...

Sonhava em ter um blog útil, um fotolog de fotos perfeitas tecnicamente e que fizessem bem pra alma...

Eu que sonhava aos 16 em ser ativista, em ter causas...

Em botar a mochila nas costas e viver...

Em desligar o botão do eu te amo, porque ele prende a gente em anos de namoro, e às vezes estes anos pesam e não modificam nossas vidas,

Eu que pensava em ser decidida, feroz, sem medo, ser gente, ser humilde, ser honesta comigo...

Me perdi

Fatalmente, me perdi

Em tudo aquilo que eu mesma construi como divino

Que era sonho, e não arregacei os braços e se tornou tão pequenino

Hoje, tão bem e tão mal, perdida, presa num monte de areia ou sal

Fico pensando e repassando o que sinto

Será mesmo que isso tudo está em mim?

Ou não será medo, pelo tempo perdido....

Nem me vejo logo ali, nem me vejo acolá... e aqui...

Pobre vontade de sumir.

Cortar o cabelo, pintar de preto, azul, vermelho e recomeçar.

Palavras de ordem, nem sempre são obedecidas como deveriam:

Liberte-se! Permita-se!

Sim, eu as desejo em minha vida...

Ser como as nuvens, que vem e vão....

Dia são claras em céu azul e dias são cinza e acompanham trovãos...

Apenas o fim...

Eu vi o filme...gostei, ri, me identifiquei com os elementos contemporâneos como power rangers, star wars e a geração ano 2000...

Indicaria o filme, salvo a interpretação da Erika Mader, que às vezes e não sei se propositalmente, passava a impressão de texto gravado e repetido e não interpretado..mas nada que atrapalhe as muitas risadas que pude dar nesta quarta de noite.

Nada que tire o brilho do personagem que está para ser abandonado pela namorada, que tem umas tiradas muito boa...e eu, fã de pessoas com humor assim...me rendi.

A interpretação do Gregório Duvivier foi realmente boa..ele é mais leve..mais hilário, mais vivo, com seu óculos de avô e blusa de nerd descolado...outra salva de palmas segue pro diretor e escritor Matheus Souza, aluno da Puc-RJ, que conduziu um texto muito bom, que faça quem está na poltrona se identificar com os elementos cotidianos.

Segue abaixo, pequeno trecho de diálogos interessaníssimos no filme:

"Ela: Como você pode dizer que prefere "Transformers" a todos os filmes do Godard juntos? Você é uma vergonha para os cinéfilos do mundo todo!"

Ele: O que pode ser mais legal do que carros normais virando robôs de 15 metros de altura?

Ele: Para as boy bands, Back Street Boys é quase um Beatles

Ela: Não! Pergunta pra qualquer garota qual é a melhor boyband. É N'Sync. Meninos entendem de futebol, meninas, de boy band.

Ele: Duvido que você não tenha sequer cogitado ir ao show do Back Street Boys no Maracanã

Ela: Eu fui. E você?

Ele: Não. Eu estava naquela época de fingir que só gostava de rock inglês."

Ela: Não sei por que a gente tá junto. A gente é tão diferente. Você é tão infantil. Olha isso! Você tem um bonequinho do He-Man.

Ele: Eu sou tipo aquela vontade que dá de repente de tomar Fanta uva.

Ela: Ah, e eu sou o quê? Champanhe?

Ele: Não. Você é o Mentos. E, só pra constar, esse daqui é o Fanático, não é o He-Man. "

Melhor parar por aqui, antes que entregue o ouro...ah..mas assistam...

Despeço-me...

Hoje faz 3 anos que mamãe se foi...

Hoje faz 3 anos que mamãe se foi...20/05/09

Ai...queria ter mais fotos da minha mãe, pra não repetir sempre a mesma..mas não tinha máquina quando ela tava bem, só depois que ela adoeceu..droga...

Hoje faz 3 anos que a mamãe se foi...e uma parte de mimfoi também...foi embora..deixou os dias 20 tristes...deixou saudade..impotência...

Queria ter tido mãe mais de 23 anos da minha vida...queria ter tido 50 no mínimo...queria poder ter avó pros meus filhos..

Ela sempre foi uma avó tão especial pros filhos dos meus irmãos, pras crianças da rua...acho uma pena meus filhos não desfrutarem de um carinho tão precioso..

Queria que eles sentissem as mãozinhas frias, que sempre me abraçavam..eles iam adorar...sentir falta..

Eles não vão saber como é a falta dela, do jeito, e isto me magoa muito..

Às vezes queria ter me acometido de uma loucura..casado cedo, tido filhos..só pra dividir estes momentos com minhã mãe..

Saudade..tristeza..tudo junto hoje...

Um buraco imenso, que sinto não fechar nunca...

Eu a amo muito...e só quero poder sentir por vezes seu abraço...

Que Deus a ilumine sempre.

Da caçulinha Daniela

O amor começa com um olhar...

Realmente eu tava aqui pensando, como é real quando dizem que o amor começa com um olhar...
Porque um dia você tá lá..conversando com a pessoa e de repente os seus olhos a percebem diferente, e os olhos dela também...
Você começa a se "pegar" observando o jeito que ela sorri, como ela come, como ela fala de algo e tudo parece tão lindo, tão mágico.
Quero recuperar sempre este sentimento descrito com este olhar, com o olhar de quando a gente se percebe gostando muito de alguém, mais que o normal.
Aquele olhar que te faz ficar deitada horas na cama, de barriga pra cima, rindo feito boba e só pensando naquele olhar...
Aquele olhar que te faz dar pelo menos três suspiros por dia, mesmo que se tenha um medo das coisas não ultrapassarem aquele olhar..
O beijo é bom, mas quando se pensa no olhar, o frio na barriga é maior....
Despeço-me olhando apaixonada pro meu mundo!

Dias de trovão

Sabe,

Quando eu estou triste ou com raiva eu me conheço melhor

Conheço o que quero, o que não quero mais

Conheço o quanto estou decepcionada com as coisas

Cansada das pessoas

E pensante: "Por quê eu tenho que esperar mais?"

De que adianta, de fato, se dedicar tanto e tanto à alguém que não vê

Que não muda

Que não vai te agradecer por estar na vida dela nunca

E a gente tem dó, tem amor e permanece

E se machuca

E se cansa

E deixa de amar de forma bonita

Acumula mágoas e coisas tão feias

Que um dia, um dia como hoje

As coisas simplismente passam a deixar de ter o sentido que elas tinham na sua vida

E você só quer ter um lar...se sentir em casa

Procurar um canto pra descansar

Serra Negra

Escuro? Porque você não viu da piscina, no breu total, olhando o céu mais de noitinha...repleto de estrelas...lindo, como não vejo nunca em São Paulo, por mais que ame esta cidade.

Mas este foi o fim de tarde, quase perfeito.

Quase meu. Quase todo. Quase...

E mesmo sem estar na foto a paisagem, ela não sai da minha cabeça.

E me dá paz, por menos tempo que dure.

Despeço-me....

Uma voz doce pra embalar minhas angústias e sentimentos...

Dizem que pra cada momento da vida, a gente encontra algo que tenha um significado.

Encontrei a Tiê..encontrei uma moça linda, e talentosa, com voz doce, pra embalar os curto-circuitos que minha alma anda tendo.

Ela anda traduzindo que eu ando como uma estranha, num caminho que era tão meu..num mundo em que eu construí e que era meu refúgio...Ela sabe do brilho nos olhos que se apagou.

A verdade é que tô atordoada, e nem sei se é de amor...porque eu sempre soube tão bem o que era amar, que agora não reconheço este sentimento da forma que eu conhecia, ele está em mutação...tá magoado..tá apagado.

Mas será que tá aqui?

Eu acredito que sim...às vezes o reconheço num cabelo nos olhos do outro, quando olho pra cima e não o vejo, quando ele sorri...mas sei que foi o tempo que tirou ele de mim..e talvez por isso eu deseje tanto não esperar mais tempo algum..pra ver se recupero o que tenho de mais intenso.

Queria tanto esquecer algumas coisas, mas elas me perseguem todo dia..o dia todo...

Enfim, amanhã espero poder ver pessoalmente a última apresentação da Tiê no Studio SP, e poder ver de perto a moça traduzindo um monte de coisas que eu sinto...embalando a minha procura pelo astronauta, que se recusa a encontrar seu porto seguro em mim.

Infelizmente sou obrigada a admitir que perdi.

Perdi pro tempo, pra vida, pra péssima interpretação do amor... que eu não sou a paixão arrebatadora de alguém...que ele de fato nunca vai me entregar seu coração, alma, vida e até a sua atenção.

Não sei como...não pergunte..ainda procuro por todo o canto...uma forma de sobreviver ao amor absoluto pelo homem que eu vi.

Mas eu sei que vou seguir adiante...embalada em canções tristes ou não.

E de fato, eu queria apagar algumas datas doloridas da memória...como no filme "Brilho eterno de uma noite sem lembranças". Queria me virar do avesso e me desconstruir, mas isso eu só consigo fazer sozinha..comigo mesma, e não perdida amando alguém.

Me despeço desta história...

Me despeço das coisas que me atormentam...

Melhor ficar sozinha de fato quando estou sozinha...

"Je sais"

O Leitor

Nossa..enferrujada pra escrever, mas vamos ver no que dá...

O que mais impressiona em "O leitor" são os trejeitos de Hanna, a personagem principal, e de como as ações dela modificam as vidas com as quais se cruzam.

Apesar de ser um filme flasback, sobra a vida de Michael, e os motivos de sua inquietude, O Leitor, torna-se uma agradável surpresa pelas sensações que remete ao expectador.

As leituras de Michael para Hanna pelas tardes são fascinantes e se contrapoem quando mostra-se no filme os horrores do Holocausto. Estes horrores são trazidos de forma seca durante o reencontro do casal se dá de forma dramática.

O silêncio da cena onde ele caminha por um campo de concentração, onde milhares de sapatos de judeus mortos estão guardados torna cada vez mais acertada a narrativa do filme.

Outro ponto interessante, é quando Michael volta a ler para Hanna, através de K7´s. Neste momento, uma parte humana da personagem traz ao expectador a vontade de chorar. A delicadeza da cena é indescritível..somente assistindo.

O segredo de Hanna é valioso, mostra bem o cárater de um alemão e seu posicionamento diante do mundo, mesmo pós nazismo.

Kate Winslet tem uma atuação inesperada, muito boa mesmo. O conjunto foi muito bem pensado, a fotografia tudo..um filme pra repensar nas acusações aos milhares de trabalhadores alemães da época do nazismo, nao que justifique suas ações, mas afinal para o contexto do país não era apenas um trabalho o de Hanna?

E isto, é um tapa na cara da sociedade, que insiste em fazer tantas coisas que magoam, mas sabem bem criticar uma ação se ver seu contexto.

Além da sensação de que aquele amor, mesmo modificado, teria de ficar para sempre na vida de Michael, tornando diferente o modo como ele age com todos os outros relacionamentos e com a cidade onde viveu tardes de sexo com Hanna.

Deixo aqui, não a capa do filme, de uma fotografia interessante, mas uma das cenas mais bonitas.