Lu! Anda!

Com tanto coração pelo corpo acredito que às vezes ela não se permite sentir.
Quando ela nem percebe o amor vem chegando. Finalmente. Ou algo muito próximo disso.
Algo que dá o contentamento, que invade o nosso quarto e nos deixa rindo à toa.
Que durante a sessão da novela nos faz suspirar com o casal apaixonado.
E que torna as sessões de cinema mais encantadoras. Que faz a noite no bar passar rápido e entrosada como nunca.
Ela se pega sorrindo no banho, procurando o barulho da mensagem de texto no celular pela casa e principalmente relendo estas mensagens durante o dia, na hora do almoço, ao telefone...
E se ela se permitir ligar o botão do "foda-se" vai ficar tudo lindo, mesmo sem saber se para o outro é tudo igual.
Porque o botão do "foda-se" é o máximo e já que ela o ligou mesmo deve estar ciente que pra ela este estado de espírito é o que importa no fim.
Que é ele quem traz a serenidade e a ansiedade, transformando tudo em algo novo.
Pois é, eu tenho uma amiga que parece ter ligado o botão do "foda-se".
E agora ela anda rumo ao desconhecido mais feliz que poderia topar na vida.
Despeço-me!

Boneca de sonhos.

Sei que pareço uma boneca que foi programada para sonhar. Isso porque sonho alto como ninguém.
Mas não dizem que quanto mais alto a gente sonha, maior o tombo quando despencamos?
Por isso mesmo é bom sonhar alto, porque a queda nos porporciona a aventura, o voo livre, o frio na barriga.
E já que é pra ser uma boneca de sonhos, que eu seja a que cai, a que se despedaça e se reconstrói visando todo dia subir mais alto.
Despeço-me.

Cadê o colorido?

Parece que tiraram a cor das coisas.
E o grande "colorbar" que eu visualizava na adolescência foi perdendo o brilho e cada dia se tornando mais cinza.
Dá pra acreditar? Eu sem cor?
Eu que sempre fiz piruetas e piadas com tudo tendo hoje uma vida cinza.
A impressão mais tola é ver através dos filmes, seriados e novelas, fontes pra suspirar diversas vezes na semana, porque a minha vida não me deixa dar suspiros "apaixonantes". Apenas os de cansaço.
Como se acompanhar a vida dos outros e pior, uma vida que não existe, fosse melhor e mais leve que olhar para a minha.
Algo tão revolucionário quanto levantar da cadeira, mudar de emprego, ter religião ou sumir de qualquer ideia sobre alguma.
Casar ou fugir do noivo, morar numa barraca só pra encher a boca e dizer que tenho uma casa,
abrir mão das pessoas que conheço e que ainda me faz feliz e "deletar" todas as que estarão comigo pro resto da vida só pra fingir que elas não me fizeram mal e que nunca mais preciso encontrá-las.
E me pego todos os dias enquanto aprecio a novela, pensando se meu "colorbar" volta a ter cor.
Despeço-me.

Outros caminhos

Hoje acordei sabendo que eu preciso de outros caminhos. Mas continuei estática e sem saber qual caminho traçar, apesar de saber que nunca é tarde pra reconstruir, que o novo é sempre bem-vindo.
Mesmo assim eu ainda me vejo presa ao velho, sem forças pras mudanças necessárias e as poucas que já fiz, nem sei se as consigo sustentar.
É fato que eu preciso de luz pra fortalecer o meu sorriso. Preciso trocar a lâmpada pra que o brilho seja mais forte, pra suspirar com leveza ao invés de tristeza e me livrar de 20 kilos de passado árduo. Mas também sei que hoje, o máximo que consigo é publicar no blog um falso desejo de mudanças.
Porque quem deseja mesmo mudar, já mudou e nem percebeu.
Despeço-me.